Abolition de l’esclavage : A Escravatura
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Mis à jour le samedi 10 mai 2025 , par
Abolition de l’esclavage
https://www.saintlaurentdumaroni.fr/abolition-de-lesclavage/
A Escravatura
Proposition de didactisation d’un corpus proposé par Monsieur José-Carlos Rosa

Contextualização e definições
1. Contextualização e definições
1. Contextualização e definições
– Época : Século XVII
– Literatura religiosa - Prosa.
Padre Antônio Vieira foi um grande orador. A maioria dos seus textos foi escrita no formato de sermões. São textos em prosa, de orientação moral e religiosa e têm como objetivo argumentar e persuadir o leitor.
– O Barroco
O período do Barroco é associado a exageros na linguagem, na transmissão de ideias e pensamentos e também na arte.
O Sermão estudado insere-se no período Barroco (séc. XVII). Carateriza-se pela utilização de paralelismos (senhores/escravos), contrastes (banquetear/perecer à fome), pelo pessimismo (injustiça, desigualdade, crueldade), pela linguagem erudita e trabalhada (riqueza do vocabulário, precisão sintática) e pela tentativa de conciliar a religião e o racional.
– Padre António Vieira : Prosador barroco do Século XVII
António Vieira (Lisboa, Sé, 6 de fevereiro de 1608 — Salvador de Bahia, 18 de julho de 1697), mais conhecido como Padre António Vieira, é o maior prosador barroco da literatura luso-brasileira.
Os Sermões constituem o principal da obra de Vieira.
Eles trazem a essência do estilo barroco : a tentativa de promover uma síntese entre matéria e espírito.
Nos Sermões, Vieira busca cativar o ouvinte despertando sua consciência e convidando-o a pensar e agir. Missionário em terras brasileiras, defendeu os direitos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização e fazendo a sua evangelização. Era por eles chamado "Paiaçu" (Grande Padre / Pai, em tupi).
António Vieira também defendeu os Judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos pela Inquisição) e cristãos-velhos (aqueles cujas famílias eram católicas há gerações), e a abolição da escravatura.
Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.
O gênero textual do "Sermão" lhe garantiu grande destaque pela riqueza da linguagem e pela abordagem dos temas políticos, sociais e religiosos.
Vieira foi jesuíta e polêmico, contrário aos excessos da Inquisição. Suas habilidades linguísticas, em retórica e oratória, tornaram-no o pregador oficial da corte portuguesa, mas suas ideias pouco convencionais levaram-no à prisão por heresia.
– A Inquisição : Combate à heresia
A Inquisição, ou Santa Inquisição foi um grupo de instituições dentro do sistema jurídico da Igreja Católica Romana cujo objetivo era combater a heresia, blasfémia, bruxaria e costumes considerados desviantes. Violência, tortura, ou a simples ameaça da sua aplicação, foram usadas pela Inquisição para extrair confissões dos hereges.
– A Companhia de Jesus
– O Sermão, gênero textual
Sermão (prédica ou pregação) é um discurso opinativo e religioso com intuito de convencer a audiência a respeito de uma determinada conduta ou moral por meio da contundência retórica das ideias, do discurso de autoridade sustentado em uma obra ou em dogmas religiosos e da eloquência do religioso que o profere.
– Outras referências : Controvérsia 1550 - século XVI
Questão e debate // L’esclavage selon Aristote : https://1000-idees-de-culture-generale.fr/esclavage-aristote
– Intencionalidade do autor
Foi defensor dos povos indígenas e combateu a escravidão.
Defesa dos direitos humanos.
Temáticas
2. Temáticas
2. Temáticas
– A Servidão : injustiça / desigualdade
– O Mercantilismo : mercancia / interesse
– A Justiça na fé e na religião
– A Evangelização
3. Léxico : campos lexicais e ocorrências
3. Léxico e ocorrências
Servidão
cativeiro
cativo - cativar
servir
escravo
Comércio
Vender
Comprar
Fugir
Morrer
Religião e ética
Deus (7) - Deuses (1)
Diabólico (1) - Satanás (5)
Almas (2)
Fortuna (1)
Graças
Fé
Desigualdade
Estilo
4. Estilo
4. Gênero, forma, estilo e organização retórica
Gênero : Os sermões
1. Intróito ou Exórdio : a apresentação, introdução do assunto.
2. Desenvolvimento ou argumento : defesa de uma ideia com base na argumentação.
3. Peroração : parte final, conclusão.
Estilo : Figuras
– Antíteses : oposições injustas
Felicidade / miséria
Banquetear / perecer
Senhores / escravos
Miseráveis / os que se chamam seus senhores (se autoproclamam)
…
Intenção : denúncia da injustiça e da crueldade pela ilustração dos contrastes
– Invocação
Vocativo e expressão do respeito
Expressão do desespero
…
Pedido e pesquisa de explicação, de justificação…
"Tanta mentira, tanta força bruta"
– Interrogação
Expressão da dúvida
Afirmação da certeza
…
– Enumeração
Expressão da insistência
…
– Comparações
- como brutos,
- como deuses,
- como estátuas,
- como imagens,
- como os nossos
Problemáticas
5. Problemáticas
5. Problemáticas
– Em que medida se pode defender a ideia de "guerra justa" ?
– Em que medida se pode considerar que a defesa do direito dos povos indígenas ilustrada no sermão do Padre Antônio Vieira responde à questão do nascimento dos direitos humanos ?
– Em que medida será possível, eticamente, considerar "positivas" algumas das consequências da colonização ? Que consequências ?
– Comentar : Religião e paradoxo : Justiça divina e injustiça humana… : Os recursos da retórica.
Para ir mais longe :
– A controvérsia de Valladolid : Sepúlveda / Las Casas… e Aristóteles
– O debate
Resumo :
O debate de Valladolid ocorreu no século XVI, envolvendo teólogos e juristas para discutir a conquista espanhola do Novo Mundo.
Bartolomeu de Las Casas defendeu os direitos dos indígenas, enquanto Juan Ginés de Sepúlveda justificou a conquista usando a teoria da escravidão natural.
O debate não teve uma decisão definitiva, mas influenciou a legislação espanhola, promovendo ideias de respeito aos direitos humanos e proibindo a escravidão dos índios.
Doc 1
TEXTO N°1 - A ESCRAVATURA
Texto n°1 - A escravatura
Padre Antônio Vieira foi um religioso, filósofo, escritor e e orador da Companhia de Jesus, autor de inúmeros sermões. Viveu em Portugal e no Brasil onde defendeu o direito dos povos indígenas e combateu a escravidão.
Os Israelitas atravessaram o mar Vermelho e passaram da África à Ásia fugindo do cativeiro : estes atravessam o mar Oceano na sua maior largura e passam da mesma África à América para viver e morrer cativos. Os outros nascem para viver, estes para servir [1]. Nas outras terras, do que aram [2] os homens e do que fiam e tecem as mulheres, se fazem os comércios ; naquela, o que geram [3] os pais e o que criam a seus peitos as mães, é o que se vende e o que se compra ! Ó mercancia [4] diabólica em que os interesses se tiram das almas alheias, e os riscos são das próprias ! Já, se depois de chegados olharmos [5] para estes miseráveis e para os que se chamam seus senhores, o que se viu nos dois estados de Job [strong]. [6] é o que aqui representa a fortuna [7], pondo juntas a felicidade e a miséria no mesmo teatro [8]. Os senhores poucos, os escravos muitos [9] ; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus ; os senhores banqueteando-se, os escravos perecendo à fome ; os senhores nadando em oiro [10] e prata, os escravos carregados de ferros ; os senhores tratando-os como brutos [11], os escravos adorando-os e temendo-os como deuses [12] ; os senhores em pé, apontando para o açoite [13], como estátuas da soberba e da tirania [14], os escravos prostrados, com as mãos atadas atrás, como imagens vilíssimas da servidão [15] e espectáculos [16] da extrema miséria. Ó Deus ! Ó Deus ! [17] Quantas graças devemos à fé que nos destes, porque ela só nos cativa o entendimento, para que à vista destas desigualdades, reconheçamos, contudo, a vossa justiça e providência ! Estes homens não são filhos do mesmo Adão e da mesma Eva ? Estas almas não foram resgatadas com o sangue do mesmo Cristo ? Estes corpos não nascem e morrem como os nossos [18] ? Não respiram o mesmo ar ? Não os cobre o mesmo céu ? Não os aquenta o mesmo Sol ? Que estrela é logo aquela que os domina, tão triste, tão inimiga, tão cruel [19] ? Padre Antônio Vieira, Sermões (t. XII) |
Doc 2
TEXTO N°2 - A LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL
Texto n°2 - A língua portuguesa no Brasil
Gilberto Freire é de família brasileira antiga. A sua obra maior Casa-grande e senzala, publicada em 1933, “transformou-se num dos grandes clássicos em que se ensina a entender o Brasil pela diferença da sua cultura”.
No ambiente da escravidão brasileira, as línguas africanas, sem motivos para subsistirem à parte, em oposição à dos brancos, dissolveram-se nela, enriquecendo-a de expressivos modos de dizer, de toda uma série de palavras deliciosas de pitoresco, muitas vezes substituindo com vantagem os vocábulos portugueses. « Número copioso de vocábulos africanos penetraram na língua portuguesa, especialmente no domínio do Brasil, por efeito das relações estabelecidas com as raças negras » disse João Ribeiro, especialista da língua nacional. Verificaram-se alterações « bastante profundas não só no que diz respeito ao vocabulário, mas até no sistema gramatical do idioma ». É certo que as diferenças que separam o português do Brasil do de Portugal não resultaram todas da influência negra africana ; mas nenhuma foi maior que a do negro. Essas palavras são hoje do nosso uso diário e nelas não sentimos qualquer sabor exôtico : é como se nos tivessem vindo de Portugal com genealogia latina, árabe ou grega. São vocábulos que nasceram e cresceram com os moleques e as negras nas senzalas e nas casas-grandes. Qual é o brasileiro que hoje estranha palavras como cafuné, molambo, caçula, moleque, cafajeste, batuque, bunda, zumbi, vatapá, mucama, quindim, berimbau, candomblé ? São palavras que correspondem melhor que as portuguesas à nossa experiência, ao nosso paladar, aos nossos sentidos, às nossas emoções. O português do Brasil, ligando os escravos aos senhores, enriqueceu-se de uma variedade de antagonismos que falta ao português europeu. Gilberto Freyre, Casa-Grande e Senzala. (Adaptação), 1933 |
Doc 3
DOCUMENTO N°3 - ICONOGRAFIA
Documento iconográfico
Metodologia
Guião - Metodologia
Elementos metodológicos
1. Contextualização da obra
- a) Obra
- b) Autor
- c) Período literário
- d) Gênero
- => Conhecimento do contexto (hist. pol. soc.)
- => Pesquisas / Quadros / Datas
2. Leitura da Obra / trecho
- a) Tempo, espaço, ação
- b) Personagens, protagonistas, narrador
- c) Situações, enredo
- d) Queda da "história" ou conclusão
- => Conhecimento da obra
- => Apontamentos
3. Análise literária -> Intencionalidade da obra
- a) Assunto / Temáticas
- b) Problemáticas / Intencionalidade
- c) Gênero (ao serviço de uma intenção)
- d) Estilo (ao serviço da arte)
- e) Leitor (a quem é dirigida a obra ?)
- => Interrogar a obra / o texto
- => Responder às problemáticas
- => Reflexão e opiniões pessoais argumentadas
Problématiques : Thématique
Perspectives d’études : …
4. Método
- a) Quadros (época, lugar, personagens…)
- b) Citações (localizadas na obra)
- c) Estrutura da obra (Capítulos, Atos, cenas)
- d) Elementos estilísticos
- e) Pesquisas pessoais…
Sources
Fontes cruzadas e adaptações
https://www.monografias.com/pt/docs/figuras-de-linguagem-com-analise-do-sermao-F3TUXB6X7X
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/padre-antonio-vieira.htm
https://descomplica.com.br/artigo/portugues-figuras-de-linguagem/4MJ/
https://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco06.php
jogodavidaweb.wordpress.com
Notes
Notes
Notes
[1] En cours de développement
[2] Referência : Aristóteles
[3] Arar : cultivar
[4] Gerar : engendrer
[5] Mercancia : marchandise, mercantilisme
[6] O "eu/nós" lírico, retórico
[7] Job ou Jó : Job representa o arquétipo do justo cuja fé foi abalada pela intervenção de Satanás, com permissão de Deus.
Nasceram-lhe sete filhos e três filhas (Jó 1, 2). Possuía ele sete mil ovelhas, três mil camelos, mil juntas de bois e quinhentas jumentas, tendo também muitos servos ; de modo que este homem era o maior de todos do Oriente.
Chegado o dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles. Disse o Senhor a Satanás : "Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus, e se desvia do mal ?" (Jó 1, 6,8). Satanás, entretanto, desafia a integridade de Jó, e então Deus permite que Satanás interfira na vida de Jó, resultando na tragédia de Jó : a perda instantânea de seus bens, de seus filhos e de sua saúde.
Jó, porém, não blasfemou contra Deus…
[8] Juntas de bois : dupla de bois utilizados para desenvolver trabalhos de tração em atividades rurais.
[9] Fortuna : le sort, la chance, le destin…
[10] Teatro : Sentido figurado, (palco, cena) lugar onde se deu um acontecimento.
[11] Quiasma
[12] Oiro = ouro
[13] Comparação
[14] Comparação
[15] Açoite : castigo, chicote…
[16] Comparação
[17] Comparação
[18] Br : espetáculos
[19] Vocativo : figura para chamar ou interpelar o interlocutor (neste caso o próprio Deus) no discurso direto, expressando-se por meio do apelativo.
[20] Comparação
[21] Cruel : última palavra do texto. Paroxismo da ideia ilustrada, combatida.
[1] Referência : Aristóteles
[2] Arar : cultivar
[3] Gerar : engendrer
[4] Mercancia : marchandise, mercantilisme
[5] O "eu/nós" lírico, retórico
[strong] Job ou Jó : Job representa o arquétipo do justo cuja fé foi abalada pela intervenção de Satanás, com permissão de Deus.
Nasceram-lhe sete filhos e três filhas (Jó 1, 2). Possuía ele sete mil ovelhas, três mil camelos, mil juntas de bois e quinhentas jumentas, tendo também muitos servos ; de modo que este homem era o maior de todos do Oriente. Chegado o dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles. Disse o Senhor a Satanás : "Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus, e se desvia do mal ?" (Jó 1, 6,8). Satanás, entretanto, desafia a integridade de Jó, e então Deus permite que Satanás interfira na vida de Jó, resultando na tragédia de Jó : a perda instantânea de seus bens, de seus filhos e de sua saúde.
Jó, porém, não blasfemou contra Deus…
[6] Juntas de bois : dupla de bois utilizados para desenvolver trabalhos de tração em atividades rurais.
[7] Fortuna : le sort, la chance, le destin…
[8] Teatro : Sentido figurado, (palco, cena) lugar onde se deu um acontecimento.
[9] Quiasma
[10] Oiro = ouro
[11] Comparação
[12] Comparação
[13] Açoite : castigo, chicote…
[14] Comparação
[15] Comparação
[16] Br : espetáculos
[17] Vocativo : figura para chamar ou interpelar o interlocutor (neste caso o próprio Deus) no discurso direto, expressando-se por meio do apelativo.
[18] Comparação
[19] Cruel : última palavra do texto. Paroxismo da ideia ilustrada, combatida.
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